segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010 E OS APROVEITADORES DA BOA FÉ E DA CREDULIDADE EVANGÉLICA

ELEIÇÕES 2010 E OS APROVEITADORES DA BOA FÉ E DA CREDULIDADE EVANGÉLICA
Rev. Sandro Amadeu Cerveira (02/10/10)

Pastor Presbiteriano e doutor em Ciências Políticas (prof. da Universidade Federal de Alfenas).


Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e “vídeos” afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas.[2]

A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato evangélico” a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.

Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.

De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito” [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.

O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta “barbaridade”.

Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].

Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7]

Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.

A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com a “iniqüidade” é, no mínimo, desonesto.

Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.

Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.

Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.

Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.

Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.

Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.

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NOTAS

[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.

[2] http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html

[3]http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
Ver também http://www1.folha.uol.com.br/poder/805644-lider-evangelico-ataca-marina-e-anuncia-apoio-a-serra.shtml

[4]http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html

[5] http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf

[6] http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha

[7] http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml

[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206

Fonte: Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte (www.segundaigreja.org.br)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PSOL 2010

A Região Norte mostrou a força e confiança no PSOL

Após seis anos de fundação, o Partido Socialismo Liberdade passou pela sua segunda eleição para cagos federais e estaduais com um saldo bastante positivo e a conquista de grandes vitórias. Apesar da tristeza de não termos conseguido eleger nomes importantes como Luciana Genro a deputada federal (RS), Heloisa Helena ao Senado (AL) e Raul Marcelo como deputado Estadual (SP), o partido agradece todos os votos obtidos e se orgulha do resultado. Durante a campanha, mesmo com poucos recursos, sem receber financiamento de empresas privadas, candidatos e militantes mantiveram a coerência e a independência, trabalharam de forma transparente e ética e, como consequência dessa atitude, sensibilizaram novos eleitores em todo o país.
Nossa maior alegria se deu no Rio. Chico Alencar foi o segundo candidato a deputado federal mais votado do Estado, com 240.724 votos. Com isso, conseguimos eleger ainda Jean Wyllys. A Câmara federal também continuará contando com a presença e a luta de Ivan Valente, que se reelegeu com 189.014 votos em São Paulo.
A Região Norte mostrou a força e confiança no PSOL elegendo Randolfe como o senador mais votado do Amapá. No Pará, além da vitória de Marinor Brito para o Senado, comemoramos o grande resultado de Edmilson Rodrigues, o deputado estadual que recebeu o maior número de votos da população.
As Assembleias Legislativas do Rio de Janeiro e São Paulo também permanecerão com a presença do PSOL. No primeiro Estado, Marcelo Freixo se reelegeu como o segundo deputado estadual mais votado e terá a companhia de Janira Rocha. No segundo, Carlos Giannazi, poderá dar sequência à sua luta pela educação pública de qualidade com sua reeleição ao cargo.
(Extraído de Email interno do PSOL)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Limite da Terra

D. Pedro Casaldáliga
Um santo profeta de antigamente dizia que Deus criou o Universo e o diabo inventou a propriedade. "A Terra é de Deus e Ela dá a todos", repete o povo. Nos quatro primeiros séculos da Igreja cristã, muitas vozes proféticas condenaram o pecado do lucro, da acumulação, da absolutização da propriedade. Seguiam o exemplo de Jesus, tão explicito frente ao dinheiro e a acumulação. Ele nos ensinou que o Pai é "nosso" e que o pão deve ser "nosso". Ele próprio se faz partilha e comunhão.

Depois dessa primeira época, banhada em sangue mártir, a Igreja de Jesus tem cometido muitas alianças espúrias com o dinheiro e o poder. Lamentavelmente ela tem ajudado com palavras, com feitos e com estruturas, a fazer da propriedade um direito "sagrado". Também ela tem ajudado, muitas vezes, a condenar a propriedade absoluta e a reivindicar a hipoteca social que pesa sobre toda a propriedade.
A propriedade é um direito e também um dever. A propriedade capitalista, por definição, acumula e exclui, justifica a fome, a miséria, a depredação e o ecocídio, o armamentismo e as guerras...

Frente à propriedade absoluta, há tempo que vêm surgindo vozes e ações de protesto, de revolta, de propostas justas e alternativas. Concretamente no nosso Brasil (e em toda nossa América). Este Brasil, que poderia ser uma bênção, ocupa o segundo lugar mundial na concentração da propriedade fundiária. É campeão em latifúndio e em desigualdade social.

Está na hora de condenar o latifúndio como uma iniquidade. Está na hora de fazer da reforma agrária uma realidade e não mais um sarcasmo de promessas e subterfúgios. Proclamamos, com indignação e com esperança, que é possível, necessário e urgente acabar com o latifúndio. Todo latifúndio é injusto. E só se fará justiça ao povo do campo com uma reforma agrária e agrícola de terra distribuída e estabelecidos os limites máximos de toda propriedade.

Estamos em campanha por um outro modelo para o campo brasileiro. Atualizaremos e radicalizaremos uma autêntica revolução no campo. Pelo Deus da vida e da Terra. Militantes e mártires, que vêm dando seu suor e seu sangue, nos comprometem e nos acompanham. Exigimos do Congresso e do Judiciário o cumprimento da Constituição que dispõe que "a propriedade atenderá sua função social".

Queremos fazer do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo um Fórum permanente e verdadeiramente nacional. E, concretizando nossa luta e reivindicação, assumimos, com a teimosia que for necessária, e em união com todas as forças vivas, a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra.

(Artigo retirado do Boletim de Notícias do IHU da Unisinos)

sábado, 4 de setembro de 2010

Debate em alto nível

TENDÊNCIAS/DEBATES

Qualquer semelhança não é coincidência FREI BETTO


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Os programas de Dilma, Serra e Marina têm mais pontos em comum do que diferenças; a exceção é Plínio, que defende o socialismo
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O Brasil ainda tem muito a conquistar nos quesitos saúde, educação, saneamento, moradia, segurança e infraestrutura (rodovias, portos e aeroportos). É um gigante com pés de barro.
Contudo, nossa democracia se aprimora graças aos movimentos sociais, à mídia vigilante, à exigência de transparência e à adoção de leis como a Ficha Limpa.
Algo de novo marca a atual disputa presidencial. Os quatro candidatos com melhor posição nas pesquisas têm em comum muito mais do que julga nosso vão preconceito.
Nenhum deles vem das tradicionais oligarquias que se acostumaram a fazer na vida pública o que fazem na privada. Nem pertencem à elite brasileira ou nasceram em berço esplêndido. Os quatro se originaram na classe pobre ou média. Todos abominam a ditadura militar, o conservadorismo e tiveram na esquerda sua iniciação política.
Três foram vítimas da ditadura: Plínio (cassado e exilado); Serra (exilado) e Dilma (presa e torturada). Marina, alfabetizada aos 16 anos, sofreu a opressão do latifúndio amazônico. Filha do seringal e discípula de Chico Mendes, viu-se obrigada a se "exilar" da floresta para livrar-se da pobreza e da falta de escolaridade.
Os programas de Dilma, Serra e Marina têm mais pontos em comum do que diferenças. A exceção é Plínio, que não se envergonha de defender o socialismo. O PSOL vale-se do período eleitoral para divulgar suas propostas e se afirmar como partido. Isso oxigena o debate democrático.
Dilma, Serra e Marina se irmanam na arte de se equilibrar na corda bamba. Evitam tombar à esquerda ou à direita e adotam discurso que não desagrada nem a uma nem a outra.
Assim, a distância entre oposição e situação quase se anula e permite a Lula, que faz um bom governo, manter-se na confortável posição de quase unanimidade nacional. E a Henrique Meirelles despontar como o nosso Alan Greenspan, que ficou quase 20 anos à frente do Banco Central dos EUA.
Embora discurso de campanha seja como produto de feira livre -não passa recibo-, e os quatro candidatos apareçam envoltos numa aura de confiabilidade, o problema reside no andar de baixo.
Ao contrário do ditado, o andor é de barro, e não o santo. Dilma ou Serra terão de governar sob pressão dos últimos redutos da oligarquia, o PMDB e o DEM, alvos de frequentes denúncias de corrupção, nepotismo e outras maracutaias.
Marina, como já declarou, tentará suprir sua falta de alianças com um governo supostamente suprapartidário. O que, aliás, fez de fato o governo Lula, a ponto de merecer o apoio de Collor, Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Roberto Jefferson e José Roberto Arruda.
Plínio, realista, sabe que a chance presidencial do PSOL é ainda um projeto de futuro.
Algo de comum entre os quatro chama a atenção: o silêncio diante da corrupção que assola a política brasileira. Os quatro são éticos, fichas limpas. Mas Dilma, Serra ou Marina, quem for eleito, terá de quebrar ovos para fazer a omelete.
Ou fazer de conta que, neste reino tupiniquim, que não se parece com a Dinamarca, nada há de podre.
Quem vencer verá.

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CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO, o Frei Betto, frade dominicano, é escritor e assessor de movimentos sociais, autor de "Hotel Brasil - O Mistério das Cabeças Degoladas" (ed. Rocco), entre outros livros.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Índios entregam cartas ao presidente Lula

Lideranças indígenas de 16 comunidades de Mato Grosso do Sul cobraram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva agilidade na demarcação de terras e num trecho de uma de suas cartas escreveram o seguinte: “Senhor Presidente, por favor, não prometa nada, mande apenas demarcar nossas terras. O resto sabemos dos nossos direitos e vamos batalhar por eles. Já esperamos demais e toda nossa enorme paciência acabou. Só esperamos não precisar ir pelo mundo afora, no ONU e nos tribunais internacionais denunciar um governo em quem tanto esperamos...Não fazemos pedidos, exigimos direitos. Demarcação de nossas terras com urgência para que nosso povo volte a viver em paz, com felicidade e dignidade.” (Conselho da Aty Guasu Kaiowá Guarani - Comissão de Professores Indígenas Kaiowá Guarani).
Gostem ou não, os índios são os primeiros donos das terras brasileiras e precisam ser tratados com deferência nessa questão.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Campanha Política: uma perspectiva integral

Estamos no meio de uma campanha eleitoral e é impressionante a diferença entre as necessidades da população em geral e a expectativa de alguns grupos específicos.

Os grupos específicos, e os evangélicos são desses grupos, têm focos assumidos e é interessante que os tenhamos, mesmo porque são necessários e importantes para esse tempo. Contudo, há demandas gerais que precisam ser assumidas por todos e todas que lutam por justiça social e crêem que isso é feito em nome de Deus;

É preciso compreender a necessidade do fortalecimento da família como centro de prevenção de muitos dos problemas sociais; que a educação de qualidade é um direito fundamental mas precisa ser trabalhada de forma justa, no sentido de que todos precisam ter as mesmas condições, diminuindo as distâncias qualitativas entre educação pública e privada; que ecologia integral, ou seja, o ser humano em sua totalidade na relação responsável com o ambiente é hoje uma questão de sobrevivência da humaniodade; que saúde é direito de todos e dever do Estado e precisa receber prioridade governamental e constante fiscalização; que segurança também é direito de todos, precisa de valorização do seu efetivo pessoal, investimento e modernização; que cultura mantém vivas as comunidades e dá sentido de existência à vida de que ali vive; que esporte também é um dos principais meios de prevenção de problemas sociais e de desenvolvimento integral da infância e juventude; que não basta nos tornarmos um país rico, precisamos lutar por uma justa distribuição de rendas para que possamos dizer que realmente somos desenvolvidos.

Esses são alguns dos temas universais que todos precisam se interessar, lutar e investir, independente a qual grupo pertença, mas principalmente se clamam o nome de Deus como referencial. Portanto, continuemos lutando, mas lutemos pelo todo e não apenas pela parte que interessa ao grupo A ou B.

sábado, 7 de agosto de 2010

Resultados de Pesquisas Eleitorais Aluizio Vidal 500

A pesquisa do IBOPE apontou 5% de intenção de votos. Até agora temos pessoas falando e convidando outras para uma campanha diferente. Não tivemos panfletagem, nao temos dinheiro e não temos intenção de depender de nenhum figurão da política.
Agora já há boato de pesquisas internas de partidos trazendo 10%. Se for verdade a campanha tomará corpo bem mais rápido do que imaginamos e vários colegas estão organizando reuniões no interior do Estado a partir do dia 16.
Dia 14, faremos um internetaço a partir de 22h. A idéia é pedir voto para a sua lista de emails e seus contatos orkut, convidando-os para participarem do projeto tmb convidando as pessoas das listas deles ou delas.
Caso alguem queira, pode vir direto p o meu orkut, twitter@aluiziovidal ou blog www.aluiziovidal2010.blogspot.com

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pecuária Sustentável e Governo

"Para se ter uma pecuária sustentável na Amazônia, é necessária a atuação do Estado", diz Greenpeace - 26/07/2010

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br
Link: http://www.amazonia.org.br


Thais Iervolino

O desenvolvimento irresponsável da pecuária não é só promovido pelo mercado, mas também pela ausência de governança e falta de aplicação das leis. Essa é a análise que Márcio Astrini, da Campanha Amazônia do Greenpeace, faz depois de um ano de lançamento do estudo "A Farra do Boi na Amazônia", que denunciou que a pecuária ilegal estava destruindo a floresta amazônica.

Em entrevista exclusiva ao Amazonia.org.br, Astrini explica quais foram os principais motivos para a elaboração do estudo, além de mostrar qual o processo de repercussão e desafios da atividade na região.

Confira a entrevista:

Amazonia.org.br - Qual a necessidade que vocês tiveram, há um ano, em lançar um relatório sobre a pecuária na Amazônia?

Márcio Astrini - O Greenpeace trabalha hoje no mundo inteiro com uma plataforma de campanha de combate ao aquecimento global. No caso do Brasil, o maior reduto de emissão é a pecuária na Amazônia.

O desmatamento é isoladamente o maior fator de emissão de gás estufa no país, e faz do Brasil o 4º emissor do mundo. Segundo os dados do próprio governo, a pecuária é responsável por 80% desse desmatamento que provoca essas emissões.

A necessidade está em um pensamento global de combate ao desmatamento no Brasil e de uma reorganização da forma de desenvolvimento da pecuária, porque a pecuária no molde atual propicia e alavanca o desmatamento na Amazônia. Foi isso que motivou a gente a lançar A Farra do Boi.

Amazonia.org.br - Qual é o balanço que você faz hoje sobre a pecuária, um ano após o lançamento do relatório A Farra do Boi?

Astrini - Quando a gente lança relatório de "campanhas de mercado", porque vincula as relações de mercado, como transações comerciais, sempre há uma primeira etapa, que é a negação, ou seja, os envolvidos na questão negam que o estudo seja verdade.

A segunda é a reação do setor que está sendo denunciado. O setor diz que vai nos processar porque o estudo refere-se a uma teoria de conspiração.

A terceira etapa é a do entendimento, quando as pessoas começam a perceber que o tipo de relatório que a gente faz mostra um problema explícito que obviamente causa uma comoção pública, mas que também oferece uma solução. Essa solução vem exatamente com a denúncia para a sociedade. É dizer: "olha, se você compra essa carne, você compra trabalho escravo". Ao dizer isso, você sensibiliza o mercado, você sensibiliza as pessoas e se tem uma injeção de ânimo e uma cobrança por mudança de comportamento, a ponto de o WallMart dizer "eu não quero colocar esse tipo de carne na minha prateleira".

O primeiro objetivo é criar essa mobilização pública. Criar essa mobilização de opinião pública, essa sensibilidade no mercado, principalmente nos grandes mercados corporativos. No caso os supermercados, empresas que compram couro, como Adidas, Nike, etc. Criada essa pressão, é preciso criar um mecanismo para mostrar uma saída. Então pontuamos seis itens e um sistema para respeitá-los. Os pontos são: não comprar mais de quem desmatou, não comprar em terras indígenas, trabalho escravo, áreas de conservação, áreas de conflito agrário, além de auditar as propriedades que vendem e mostrar o resultado disso em algo transparente.

Depois de assinado o acordo, eles vêm cumprindo as etapas, às vezes com um pouco mais de tempo, às vezes se tem uma falha em um critério - até porque os nossos governos não possuem informações para identificar quais fazendas promoveram conflitos e esse contexto exige a criação de outro mecanismo de controle do que apenas tomar simplesmente uma atitude.

De lá para cá as empresas que firmaram o acordo cadastraram todos os fornecedores na Amazônia, identificaram quem são eles, diagnosticaram 208 fazendas dentro de terras indígenas e unidades de conservação e 13 propriedades muito próximas a desmatamentos e já suspenderam a compra de carne dessas 221 fazendas, no total.

A mais importante mudança foi a de comportamento. Eles entenderam o recado principal, que a campanha conseguiu passar, que a questão ambiental não é um luxo dos ambientalistas, faz parte do negócio deles. Se não respeitarem a questão ambiental, eles enfraquecerão o próprio negócio.

É melhor você curar a doença do que ficar colocando a culpa no termômetro da febre. É preciso mudar a postura do que ficar brigando com o problema.

Amazonia.org.br - Como você vê a pecuária na Amazônia hoje? Quais os desafios que ainda precisam ser enfrentados?

Astrini - A atividade continua sendo predatória, com um algo risco ambiental, já que ela se desenvolve ocupando a floresta. O compromisso é o primeiro passo de mercado para frear o desenvolvimento que está acontecendo de maneira errada e que tem pouco espaço no mercado competitivo.

Agora, o compromisso do mercado tem os seus limites. Esse desenvolvimento irresponsável não é só promovido pelo mercado, é promovido pela ausência de governança, de aplicação das leis, falta da presença do Estado.

Por exemplo, se tem uma quantidade enorme de analfabetos funcionais no campo que não têm como adquirir ensinamentos sobre tecnologias para triplicar sua produção, para diminuir o desmatamento. Então há problemas sociais gravíssimos, de falta de governança, de ilegalidade e que o mercado tem um limite de atuação.

Então pegamos uma parte importante do setor, que é a financeira, e começamos a mobilizar. Só que isso é um nicho, para se ter todo um desenvolvimento modificado, é preciso que o governo se mobilize.

Nossa visão é que é um setor que movimenta bilhões ao ano, emprega muita gente, gera renda, ajuda na positividade da balança comercial. O governo deveria olhar para isso e investir na pecuária sustentável, da mesma forma que os frigoríficos que assinaram o acordo estão fazendo

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Analfabetismo

NOTICIA DO PAINEL POLÍTICO - ALAN ALEX
www.tudorondonia.com.br 22/07/2010
Levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que 20% do eleitorado brasileiro nunca frequentou a escola. Segundo a reportagem, ao todo são 27 milhões de eleitores nessa situação, dos quais 8 milhões são analfabetos e 19 milhões declararam saber ler e escrever, mas nunca estiveram numa sala de aula.
Perigo
Esses números são assustadores. São 27 milhões de eleitores que não conseguem formar opinião por conta própria. Mais um motivo para comemorar a aprovação da lei do Ficha Limpa.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cada Sociedade tem a Campanha Política que Merece

aluiziovidal2010.blogspot.com
twitter.com/aluiziovidal

Começou mais uma campanha. Há muitos interesses, muito dinheiro, muita manipulação e pouquíssimo valor ideológico.

Seria necessário sabermos o que o candidato ou candidata pensa sobre ecologia, educação, saúde, relação do Brasil com outros países (no caso de quem se candidata a deputado federal ou ao senado), privatizações, reforma agrária, economia solidária, segurança, estrutura de família, aborto, papel da escola, organizações das cidades, transporte público, enfim, inúmeros assuntos.

Infelizmente nao são assim tratadas as campanhas. Alguns e algumas já sabemos o que pensam e outros e outras não temos a menor idéia (talvez nem eles e elas saibam). A população não se preocupa com isso. Para ela o que importa é quem aparece mais, quem tem maior tempo na televisão e quem negociou com governos mais emendas pa ra sua região em particular.

O resultado disso é uma campanha mesquinha em que o dinheiro e o marqueteiro têm mais importancia do que as idéias. Pessoas são eleitas para defender seus próprios patrimônios e empresas, outras para defender suas categorias de ricos e apenas algumas para defender um segmento. Essa ordem deveria ser o contrário.

Há muitas pessoas sem condições de fazer uma leitura crítica sobre isso, contudo, há também muitas com totais condições não só de fazer a leitura como também de multiplicá-la. Convido a quem quiser e puder para que se sinta parte desse processo através da internet.

Infelizmente, as campanhas são a expressão do nível de cidadania do brasileiro e os políticos o resultado desse processo. Assim, cada sociedade tem a campanha política que merece.

Gostaria de saber sua opinião sobre isso. A quem recebe por email gostaria de solicitar que enviasse para sua rede de emails e ca so nao queira receber outros emails meus, por favor, é só me dizer isso que o retiro da lista.

sábado, 26 de junho de 2010

Definidos Nomes do PSOL

Hoje o PSOL deu um passo muito importante em sua construção ao definir os nomes para a disputa das principais funções da próxima eleição. Como é característico nos partidos de esquerda democrática, houve muita discussão, muita discordância, muita negociação, mas, ao final, prevaleceu aquilo que se acreditou ser o melhor para a identidade de partido comprometido com o processo de mudança necessária à sociedade.
Para governador o partido apresenta o nome do Marco Sussuarana e para senadores Aluizio Vidal e José Joca. Dessa maneira, acredita-se que o partido dará continuidade ao seu compromisso com os movimentos sociais e com a história de luta de um partido de esquerda.
Além desses nomes, há candidatos a Deputados Federais e Deputados Estaduais.
Está dada a largada e agora contamos com a ajuda de todos e todas.

domingo, 11 de abril de 2010

Alianças Demonstram Caráter

- O PMDB continua buscando seu crescimento... agora namora Melki Donadon para ser o candidato a vice de Confúcio Moura.
- Tiziu Gidalias é apresentado como candidato a senador na chapa com Cassol.
- Acir Gurgacz confirma sua candidatura a governador do Estado e procurará seu candidato a vice.

Continuo imaginando que é possível fazer política de uma forma diferente, onde os interesses ideológicos e da socieade estejam acima dos interesses partidários e dos candidatos.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Movimentos políticos 1

- Cassol continua montando seu time. Tiziu viria como candidato a vice governador e Neodi viria como candidato ao senado. Assim, dia a dia ele vai mostrando que toda a sua força e ênfase está no interior do Estado.

- O PT de Eduardo Valverde e o PP de Cassol são aliados de Dilma mas não se negam como adversários aqui no Estado. Isso é que dá juntar os que tentam ser diferentes, ou se tornam a mesma coisa, ou brigam, mas é admirável o esforço político para se ajeitarem e usarem o mesmo discurso. A cada dia o PT deixa de ser o que se propôs quando veio. Ah... e segundo Fátima Cleide, a vaga de candidato a vice governador está aberta a quem desejar (oferecida ultimamente à esposa de Acir Gurgacz), além da segunda vaga para disputar o senado. Vê? Acabou o tempo da ideologia. O que vale agora é o mesmo que foi combatido no passado: pragmatismo a qualquer custo.

- Quando perdemos a capacidade de criticar, a crítica ganha a oportunidade de nos perceber incapazes.

domingo, 21 de março de 2010

CRENDO QUE É POSSÍVEL

Um dos aspectos mais brilhantes que a fé produz no ser humano é a capacidade de crêr que é possível acontecer algo diferente do que comumente se vê.
Somos acostumados a ouvir e perceber que campanha eleitoral se faz com muito dinheiro, com alianças dignas e indignas, com promessas esdrúxulas e com disposição de fazer qualquer coisa para ser eleito.
Este é um ano de muita importância para a vida do país e dos Estados pois é ano de eleição. É ano em que os partidos deveriam se organizar para chegar até o povo e dizer quais são as propostas que apresentarão para que a condição social caminhe de forma melhor do que vem caminhando. Entretanto, o que se vê é uma disparada de pessoas que se assenhoram dos partidos e passam a determinar quem deverá ser candidato ou candidata e o que deve ser dito para "ganhar" eleição.
Creio firmemente que isso não precisa ser assim.
Primeiro, podemos nos organizar partidariamente de maneira que não precisemos fazer alianças com quem sabemos ter uma prática inadequada para quem gere a coisa pública. Quando nos sentimos obrigados pela circunstância a fazer alianças com quem tem prática pública questionável nos tornamos tão questionáveis quanto eles ou elas.
Segundo, uma campanha pode ser feita de maneira criativa e voluntária por parte de quem acredita no projeto, sem que se gaste exorbitantes quantias de dinheiro que só serão devolvidas com alto custo moral e social. Quem participa de projetos com gastos que se sabe ser desonestos se propõe a ser desonesto também e a alimentar um processo que descaracteriza a sociedade como digna e capaz de fazer transformação social.
Terceiro, campanhas construídas sob promessas óbvias ou inexecutáveis só servem para manipular a massa ignorante e alimentar um processo secular e contínuo de emburrecimento social. Podemos e devemos fazer uma campanha que esclareça o povo sobre seu potencial social, sobre as verdadeiras funções e limites de um legislador ou executivo e sobre viabilidades ideológicas de cada partido e candidato ou candidata, frente à realidade em que se está inserido ou inserida.
Quarto, quem precisa ganhar a eleição a qualquer custo é bandido ou bandida e precisa se esconder atrás do cargo, ou se julga indispensável para que a sociedade seja feliz, o que seria o mesmo que dizer que Papai Noel existe e veio tirar férias nas belezas do Vale do Guaporé. A história e coerência de uma candidato ou candidata, juntamente com seu partido, lhe credencia ou não para receber um voto, mas caso não ganhe a eleição lhe mantém feliz e atuante e seu cotidiano de forma cidadã e satisfeita.
Se somos capazes de crêr que existem milagres, devemos ser capazes de crêr que existe a possibilidade de uma campanha eleitoral clara, sem alianças vergonhosas, com pouco dinheiro e de maneira que a sociedade possa avaliar as candidaturas sem a maquiagem que a mídia cria ou excesso de imagem que só o dinheiro pode produzir e, no final poder dizer a Deus, ao seu íntimo e à sua família, a seus amigos e amigas, eleitores e eleitoras: não tenho do que me envergonhar nessa campanha.
Creio que é possível, pois recebi a fé e ela me faz crêr que nem tudo precisa ser igual sempre.